Amados irmãos, filhos queridos, ouçamos as trombetas dos anjos do céu, convocando-nos, convocando a Humanidade para a instalação do reino de Deus na Terra. Não na terra material, onde a natureza pródiga e abundante fornece aos homens o alimento que os sustenta em sua jornada reencarnatória. Falamos, sim, da terra do nosso coração, que, em alguns homens, apresenta-se árida, infértil, deles exigindo um trabalho intenso de transformação. Em outros, o terreno está pronto para o cultivo, em larga escala, das sementes das virtudes divinas, mas não prescinde do trabalho intenso, da dedicação, do empenho, do comprometimento com a vivência dos sublimes ensinamentos trazidos à Terra pelo excelso agricultor.
Deixamos o período da infância e da adolescência espiritual – encontramo-nos maduros para compreender as mensagens de Deus e para vivenciá-las em nosso dia a dia, renovando nossos propósitos de esperança e fé. Não podemos olvidar jamais que fazemos parte de um contexto que aferirá nossa condição espiritual, evolutiva, pela maneira como nos comportarmos ante os desafios da existência – desafios que trazem a nossa marca, revelando nossa necessidade de levarmos a efeito nossa modificação íntima, que acontecerá de dentro para fora, jamais do exterior para o interior.
Urge rever nosso campo íntimo e avaliar a qualidade dos sentimentos e dos pensamentos que assumem o comando de nossas ações, exteriorizando a natureza do que se passa na intimidade da alma. O tempo pede trabalho: trabalho conciliador – o ontem exigindo uma postura alinhada à moral excelsa; trabalho nas lides do perdão, da compreensão, da compaixão, da solidariedade, fortalecendo os elos que unem as almas, a despeito do egoísmo, do orgulho, da vaidade, que insistem em erguer estátuas na areia da temporalidade, as quais, sem base real, não se sustentam diante dos ventos fortes das dificuldades da vida, que demandam sólidos alicerces para serem vencidos com Jesus Cristo.
Não podemos nos iludir com a conquista da paz interior sem uma postura renovada, sem uma reforma levada a bom termo no silêncio do coração que verdadeiramente fez sua opção íntima de não mais retroceder, afastando-se com determinação dos ensaios fantasiosos de alegria, de euforia, que a multidão em desvario acredita ser o caminho ideal.
Atentai para o que buscais, pois, a partir das vossas escolhas, deparareis com o objeto da vossa desdita ou da vossa felicidade. No mundo das formas sutis a verdade é como o ar que se respira: vibra intensa em todo o espaço e, assim, o encontro com ela torna-se inevitável.
O ideal é que convivamos com a verdade nesta hora, sem subterfúgios, sem sofismas, desenvolvendo, sim, sempre, a fidelidade aos princípios apresentados pelo Alto. No dia a dia, que a expressão sincera e coerente dos hábitos vividos com espontaneidade demonstre a realidade da alma, de si para si mesma, num diálogo profundo com o Pai.
O reino dos céus avizinha-se dos seres que habitam este orbe. Cumpre, pois, a cada um assumir a responsabilidade que lhe cabe em todo esse movimento de adiantamento moral. Não duvideis! Antes, perseverai e, com grande alegria, compartilhareis das blandícias do tempo de luz que envolverá todo o nosso planeta. Trabalhai! Edificai! Trabalhai desobstruindo os caminhos onde a sombra impera para que a luz do amor inunde os campos, as planícies, os vales – é o amor plenificado pelo movimento do homem que busca Deus e só com Ele se compraz da verdadeira felicidade.
Com alegria, agradecemos esta oportunidade, rogando bênçãos de paz para todos aqui presentes. Deste que se reconhece como humilíssimo servo do Senhor.
Bezerra de Menezes
