Amados irmãos, companheiros diletos da Doutrina Espírita, o Consolador prometido por nosso amantíssimo Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo, a toda a Humanidade, com o fito de ampará-la em seu projeto de ascender aos planos maiores e de fortalecer as almas com as blandícias dos Seus ensinamentos, que animam os corações para que, por meio de esforço intenso e de uma vontade real, galguem os degraus da escalada evolutiva, acenando para seus amores a doce expectativa da renovação, nos moldes dos princípios apresentados pelo Pai de amor e bondade.
Sempre que as tarefas me permitem, volto à minha doce e amada Pedro Leopoldo para rever os amigos e visitar os recantos adoráveis onde escrevi minha história, muitas vezes com lágrimas e dores que me pareciam, a princípio, intransponíveis. Mas, com a presença amorosa e paciente daqueles que se fizeram meus protetores, atendendo à misericordiosa intervenção divina, consegui vencer algumas situações a mim apresentadas pela vida como oportunidades avaliativas do meu empenho e do meu comprometimento com o programa reencarnatório que abracei, depois de concordar com todas as suas cláusulas, firme na proposta de me colocar diante do Senhor como um servo de Sua seara. E até onde me recordo, tentei desempenhar as tarefas da minha competência com denodo e responsabilidade, buscando sempre em nosso digníssimo Mestre Jesus Cristo o exemplo a ser seguido, compreendendo que Ele a nós se apresentou como guia e modelo, atendendo às ordens de Deus. Hoje, faço e refaço, pela lembrança, os caminhos que tracei na minha última existência e, em alguns momentos, comovo-me às lágrimas: lágrimas de gratidão pelo trabalho que realizei, ainda que não tenha conseguido atender plenamente às expectativas dos meus tutores.

Entendo que assim acontece com todos nós: estamos comprometidos com almas, com corações que outrora ultrajamos com nossos comportamentos infelizes e com os quais hoje, graças à intervenção misericordiosa de Deus, nos reunimos em família, transformando o lar numa verdadeira escola, onde as almas aprendem a perdoar, a ter compaixão, a viver a fraternidade, a desenvolver a solidariedade, formando elos de amor e enlaçando os corações numa corrente onde as virtudes exaltam nas almas a necessidade de transformação – transformação interior que não deve tardar, pois o tempo urge e o Comandante Divino nos assevera que formaremos uma grande família.

Paciência, tolerância, benevolência devem fazer parte constante do exercício que a alma precisa realizar para que o seu aprimoramento moral aconteça através das experiências diárias vividas com empenho e seriedade. A família é a célula abençoada que permite à alma ver e rever os seus afetos e desafetos e com eles avançar no caminho exemplificado por Jesus, cabendo-nos o esquecimento de nós mesmos, dos nossos interesses pessoais, em favor do bem-estar daqueles que fazem parte da nossa jornada evolucional. Não podemos desdenhar dessa tarefa abençoada que permite o nosso ajuste e o nosso reajuste às leis excelsas que governam nosso amado planeta. Importante se faz que abracemos corajosamente a tarefa com o próximo de nossa competência – oportunidade que também é oferecida à criatura para se libertar das algemas que a prendiam a um passado de dor e sofrimento.

O momento nos é oferecido para recomeçarmos e, vigorosos, empenhados, laurear com alegria e gratidão a tarefa a nós confiada pelo Alto. Assim, poderemos depositá-la nos braços amorosos de nosso irmão amado, Jesus Cristo, envolvendo-a na mais sincera vibração de reconhecimento pela vivência que nos pareceu quase insuportável, mas que, na verdade, traz sua mensagem essencialmente libertadora.

Aproveitamos a ocasião para aqui prestarmos nossa singela homenagem às mães do nosso amado planeta – mulheres que vivem o sacrifício, a renúncia, executando os compromissos assumidos perante o Pai com a lisura e a nobreza natural das almas simples e puras, e silenciosamente, em seu lar, reverenciam a obediência e a resignação a Deus através do trabalho incansável de educar seus rebentos conforme os ensinamentos das sagradas leis.

Recebam, por favor, o sincero e fraternal abraço deste que se reconhece como o último servo do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Chico Xavier